segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TURISMO: Praia de Abricó: a primeira praia de Nudismo do RJ


Se o Jardim do Éden fosse no Rio de Janeiro, com certeza, este local seria Abricó – praia com ar de quase deserta, localizada a 50km do centro da cidade e paraíso dos filhos de Adão e Eva, literalmente.





Desdenhado por alguns e freqüentado por muitos, o local – que vive cheio nos fins de semana - é ótimo até para quem não gosta de andar “peladão”. Apesar dos preconceitos e mitos, o naturismo – trocadilhos à parte – é muito mais natural e normal do que parece. A prática surgiu no início do século XX, na Europa. No Brasil, especula-se que seja bem mais antiga e tenha começado com índios antes mesmo do descobrimento.

Histórico

Mesmo freqüentada por naturistas desde a década de 60, a praia de Abricó só foi liberada oficialmente para a prática de nudismo em 30 de novembro de 1994, após uma liminar concedida na justiça. Uma semana depois, no entanto, o naturismo voltou a ser proibido. “Entraram com uma ação alegando que as pessoas tinham o direito de não encontrar ninguém nu, por mais distante que fosse a praia. Abricó ficou famosa por causa do nudismo. Da noite para o dia, todo mundo resolveu dizer que freqüentava a praia há anos”, diz Pedro Ribeiro, 50 anos, presidente da Associação Naturista de Abricó (ANA).
Depois de um vai-e-vem intenso de proibições e liberações, em 2005, o Superior Tribunal de Justiça oficializou o naturismo na praia. A prática vem sendo mantida, desde então, graças à associação e seus 400 filiados. Segundo Pedro, o objetivo maior é “integrar as pessoas” e “fazer valer as condutas éticas da filosofia do naturismo”.


O perfil dos freqüentadores

A idade média de quem freqüenta Abricó varia entre 30 e 50 anos. Há de tudo: casais, crianças, famílias, grupos de amigos. “Abricó é diferente, porque aqui é permitida a entrada de pessoas desacompanhadas. Em outras praias, só se pode entrar com uma companhia feminina para haver equilíbrio de sexos. Como é grande a quantidade de homens, isso acaba atraindo muitos gays”, revela Pedro que diz já ter visto, inclusive, travestis por lá. O nudismo é obrigatório somente nos finais de semana, quando os naturistas lotam a praia.
Nos outros dias, qualquer envergonhado de sunga ou biquíni pode entrar. “Estipulamos isso porque recebemos visitas de gente que só vem olhar quem está nu e, às vezes, tem um comportamento não muito agradável. É uma curiosidade que não é saudável”, critica Pedro.

Para reunir as pessoas, são promovidos diversos tipos de confraternização no local, como festas para aniversariantes do mês, campeonatos de vôlei e gincanas ecológicas. O motorista Erasmo**, de 51 anos, freqüenta a praia muito antes de sua legalização, há mais de 15 anos. O que mais o motiva é a sensação de liberdade. “Somos uma família, todos se conhecem. Aqui a gente deixa os pertences tranqüilamente sozinhos. Também não tem disputa pelo espaço na areia”, afirma.

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