Obras inéditas do hiperrealista Ron Mueck
O escultor hiperrealista Ron Muek é conhecido no mundo inteiro, por suas esculturas espetaculares. Em exposição, no seu país de origem – Austrália, o artista apresenta quatro obras inéditas : “Ainda há vida”, “Deriva”, “Juventude” e "Mulher com varas".
“Ainda há vida” (2009)
O sacrifício e o alimento
Deriva (2009)
O “bon vivant”, descansa, flutuando em um colchão inflável,
suspenso verticalmente em uma parede azul,
com os braços abertos (por que abertos?!...)
O jovem inspeciona a ferida e...
uma engraçadinha lhe propõe um Band-Aid
Juventude (2009)
O peso é grande e a mulher arqueia as costas.
A expressão é agradável, mas o rosto se desvia
dos gravetos que podem ferir.
O corpo está entregue aos ferimentos em sua nudez.
Mulher com varas (2009)
O que é hiperrealidade?! Sinteticamente: é a realidade aperfeiçoada. Simplificadamente: é a perda da capacidade de distinguir realidade e fantasia, de forma tão profunda, que, em processo simbiótico, as duas se irmanam e tornam-se um, o hiperreal.
“Coupled” (Acoplados)
Ron Muek na execução de sua obra (2003)
Proporcionalidade: “Coupled” x mãos
“Big Man” (Grande Homem)
Processo construtor de Ron Mueck
Ron Muek, o australiano que vive na Grande Bretanha, é um dos grandes, senão o maior, escultor na arte da hiperrealidade. Embora as obras de “Jonh De Andrea” e de “Sam Jinks” se aproximem bastante das de Muek, a meu entender, em seu conjunto não as igualam. Os trabalhos de outros dois escultores hiperrealistas famosos, “David Hanson” e “Jorge Melício”, têm aspectos bem distintos do realizado por Ron.
“O artista e sua modelo”
Obra hiperrealista de John De Andrea (1960)
“Still Life” (Piedade) - Belíssima!
Escultura hiperrealista de Sam Jinks (2006-2007)
“Einstein-Hubo”
Obra hiperrealista e robótica de David Hanson
Escultura hiperrealista em bronze da série “A família”
Jorge Melício
As obras de arte Ron Muek são de uma precisão impressionante. Cada detalhe de suas esculturas, normalmente de pessoas, é hiperrealista. Em uma das esculturas que apresenta na Austrália - que não é novidade para quem acompanha o trabalho do artista -, intitulada “Pai Morto”, no trabalho final, Ron usou fios do próprio cabelo.
“Pai morto” (1996-1997)
(clique na imagem acima para ampliá-la e observe a fisionomia da visitante)
A característica marcante de Ron Muek na hiperrealidade, é o tamanho de suas obras – normalmente enormes ou incrivelmente pequenas. Esta característica de seu trabalho agiganta o fantástico, ou o reduz, sem diminuir-lhe a fantasia/ou o fantástico. E, talvez, seja este o único ponto que realmente nos ligue à realidade. As esculturas são tão reais (!!!) que dão a sensação de que, daí a pouco, sairão andando pelo salão, ou irão falar, fazer amor, chorar...
Duas Mulheres (2005)
Mãe e Criança (2001)
Mulher Grávida (1997)
Na Cama (2000)
Outros detalhes chamam a atenção nas obras hiperrealistas de Ron: a nudez, a sensação de solidão (ou seria introspecção?) e intensidade (quem sabe auto-consciência?!) que expressam. A mim causam um estranho sentimento de frio, um sentimento incômodo, como se estivesse invadindo um espaço muito além do que me é permitido, uma sensação de quase pudor.
Anjo (1997)
Menino (2001)
Conheça também o trabalho do escultor Jackie K. Seo, no ExataMente
0 2 milhões de visitas:
Postar um comentário